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4 janeiro 2019
Texto de Maria João Veloso Texto de Maria João Veloso Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes

Mamã, quero mamar

​​​​​​​​​​Segredos do aleitamento materno. 

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Primeira lição: «amamentar não é um processo penoso.» Quem o garante é Constança Ferreira, conselheira de aleitamento materno da OMS/ UNICEF e fundadora do Centro do Bebé. Para isso, é fundamental a preparação durante a gravidez. O processo é simultaneamente informativo e emocional. O organismo prepara-se para o parto com a produção do colostro, primeiro alimento do bebé. 

Neste advento, a mãe deve decidir se vai ou não amamentar, e contar com a ajuda do pai do bebé e dos familiares mais próximos. 

Segundo esta fada madrinha das mães, como é conhecida por muitas mulheres, há mitos que devem ser desmascarados: «o leite não é fraco» e «os bebés não choram só de fome». O pós-parto é uma fase particularmente sensível para as mães e a transmissão de ideias erradas não é benéfica para a "dança entre" mãe e bebé. A mãe deve estar ciente das transformações físicas e hormonais do organismo. Se conseguir ter isso presente conseguirá gerir melhor a condição hormonal. 



Constança Ferreira lembra que há duas hormonas muito importantes no processo de subida do leite: a ocitocina e a prolactina. A primeira é uma hormona tímida responsável pelo leite fluir para a boca. A prolactina começa a subir mal a placenta sai.

Esta hormona funciona por picos. Sempre que o bebé mama é dado um sinal ao organismo para produzir mais leite. Por isso é importante a livre demanda, em que o bebé faz mamadas frequentes, o que vai contribuir para a produção da prolactina. O ritmo do bebé não acompanha os ponteiros do relógio. 

O colostro produzido pela mãe é suficiente para o estômago do bebé, que é pequenino e fica saciado com pouco. Assim que nasce, o bebé deve estar junto da mãe, a fonte de alimento. Esta proximidade sensorial ajuda à subida do leite e a mãe não chega a ficar com a mama tensa. 



Outro tema desta fase pós-parto é a subida do leite. «Não deve ser encarado como um bicho papão». Segundo a conselheira, mal se sente a tensão mamária deve pôr-se o bebé a mamar num ambiente calmo, descontraído e privado. Se a mama estiver muito rija, há uma série de ferramentas para aliviar a mãe. A aplicação de calor pode ser feita de várias formas: um duche e massagens circulares com o chuveiro vão ajudar.

O pai pode massajar a zona cervical e auxiliar a esposa nestas horas dolorosas. Outra hipótese são sacos de sementes que se aquece rapidamente no microondas. Assim que o leite começa a pingar oferece-se a primeira maminha até ficar esvaziada. O bebé arrota e pode-se oferecer a segunda maminha. Mas é provável o recém- -nascido já estar cansado e não conseguir esvaziar a segunda. Para evitar as inflamações e a obstrução mamária, faz-se a aplicação de frio. Para isso, recorre-se a um saco de ervilhas congeladas ou placas de gel frio. Pode ainda aplicar-se folhas de couve bem lavadas, fresquinhas, mantendo o mamilo destapado. Depois de dar de mamar, Constança aconselha a hidratação do mamilo com umas gotas de leite e o arejamento das aréolas. «As mamas devem andar ao ar», adverte.



A pega não é suposto ser dolorosa. Deve mobilizar-se a mama na boca do bebé. É importante que o bebé esteja calmo, e não rabugento e esfomeado. «O sucesso da transferência do leite depende do bebé e da mãe. Nem um mamilo invertido impede que o recém-nascido se adapte à mama, já que a boca do bebé o transformará num mamilo saliente. Depois há que experimentar várias posições entre o mamilo e a boca do bebé», daí chamar-se à amamentação uma "dança". Para Constança Ferreira, o uso do mamilo de silicone é um ruído entre a comunicação mãe-bebé.
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