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24 maio 2016
Texto de Rita Leça Texto de Rita Leça Fotografia de Rui Valido Fotografia de Rui Valido

Fátima Lopes: «O nosso corpo fala. Basta ouvi-lo»

​​​​​O corpo é o talk-show do físico, mas também das emoções de Fátima Lopes. Aos 47 anos, garante que está no auge e isso vê-se. Brilha na televisão porque aprendeu a olhar para dentro. Faz yoga, meditação e retiros. Bem-vindos ao programa surpreendente de uma mulher feliz.​

Revista Saúda - Este é o mês do seu aniversário. Como encara o avanço do tempo e da idade?
Fátima Lopes - Sou muito bem resolvida com a idade. Aliás, por norma, ando sempre desmaquilhada. É impossível parar o tempo e isso traz obviamente alterações físicas, mas é normal. Não fico a olhar para o espelho a pensar, «ai meu deus, tenho aqui esta ruga que não tinha», ou «ai este papo já está maior». Seria lutar contra uma coisa que não tem volta a dar. Prefiro ver o lado positivo, onde cada ano aprendo mais e tenho mais experiências. 
 
RS - Dizem que é a partir dos 40 que as mulheres estão…
FL - No auge!   

RS - Confirma?
FL - Confirmo! Ficamos mais serenas. As coisas começam a ser vividas de outra maneira, ficamos a saber o que é fundamental e o que é acessório, o que nos faz feliz e o que não faz. E isso é uma grande aprendizagem. 
 
RS - E que cuidados tem para se manter saudável?
FL - Sou bastante cuidadosa. Tanto com a saúde física, como com a emocional. Faço um trabalho espiritual regular, com meditação e retiros, que é fundamental para me sentir bem. Se vamos ao ginásio tratar do corpo, também temos de ir a algum lado tratar das emoções. Se o nosso corpo pode enferrujar, o nosso coração também pode. E não quero isso. Depois, faço yoga, caminhadas e tenho uma alimentação cuidada, levo sempre comida para o trabalho para ter a certeza daquilo que como. Ao nível de pele, uso os meus cremes e faço uma drenagem linfática uma vez por mês. 
 
RS - Que papel têm as farmácias nesses cuidados?
FL - Há uma farmácia, perto da minha casa, onde vou há bastante tempo. É a minha farmácia porque, realmente, há uma relação de confiança. Quando surge um problema e não falei com o médico, é lá que vou, falo e peço aconselhamento. É uma ajuda preciosa. 
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RS - Que serviços utiliza?
FL - A minha farmácia trabalha não só com a medicina tradicional, com também com as complementares, que gosto muito – osteopatia, homeopatia, etc. Têm excelentes profissionais. Quando tenho dúvidas sobre algum suplemento, por exemplo, vou lá, pergunto e aconselham-me. E isso reforça a confiança.

RS - Também toma suplementos?
FL - Sim, nos meus batidos diários tomo uma série de suplementos naturais, como açaí, camu camu e ervas de trigo. Também como frutos secos, sementes e fruta, tudo escolhido pela nutricionista que há dois anos me acompanha. Há uma prateleira na despesa lá de casa só para as minhas coisas: o arroz integral, as massas, os frutos secos, os leites - de arroz, soja e aveia - e os suplementos. Também no frigorífico há um espaço só para os meus alimentos. Dá trabalho, mas compensa. Além disso, tomo umas vitaminas específicas em comprimidos. 

RS - Parece muito rigorosa com a alimentação…
FL - No meu dia-a-dia faço questão de ser bastante equilibrada e é por isso que posso, quando me apetece, fazer excepções. Quando vou a um jantar, como como as outras pessoas, sobremesa e copo de vinho incluídos. E o meu corpo agradece! No dia-a-dia procuro ser equilibrada. Para isso, é preciso ter um bom profissional que nos acompanhe. Agora já sei reconhecer o que me faz bem. É uma questão de ouvirmos o nosso corpo. Até mesmo ao nível emocional. Ele fala tanto connosco que basta ouvi-lo.
RS - Há uma grande pressão para sermos sempre jovens. Como lida com isso? Sei que já lhe sugeriram fazer uma cirurgia plástica… 
FL - Disse logo que não. Foi há uns anos, uma profissional de saúde sugeriu-me tirar um pouco aqui na zona dos papinhos debaixo dos olhos, ao que respondi: «Convivo muito bem com os papinhos. Estão cá e são meus». Isto não quer dizer que, daqui a uns anos, não sinta essa necessidade. Nunca sabemos o que a nossa cabeça vai ditar. Neste momento, honestamente, não. 
 
RS - E como vê a tendência crescente para se fazer cirurgias?
FL - Há pessoas que começam a recauchutar muito cedo, o que, para mim, é reflexo de uma grande falta de auto-estima. E o amor-próprio não vem no bisturi! Prefiro gostar de mim como sou, olhar ao espelho e, apesar da passagem da idade, dizer: «Estás bonita. És bonita». No momento em que eu disser «és bonita, mas estás a precisar de um jeitinho», muito bem, vamos a isso. Neste momento, não vejo essa necessidade.
 
RS - Essa pressão está a afectar os homens, cada vez mais. Sendo mãe de um rapaz preocupa-se com isso?
FL - Tendo em conta os exemplos que ele tem em casa, nem penso nisso. As cirurgias justificam-se em alguns casos, quando faz mesmo uma grande diferença, mas quando é um retoque à procura da perfeição é preocupante. Porque a perfeição não existe. Não passo essa mensagem aos meus filhos. Sou uma figura pública, mas tenho uma vida normal. Cuido da minha imagem, mas não quero ser escrava da estética.
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RS - Lançou em Outubro “Viver a Vida a Amar”. Como foi escrever este livro, com um cariz mais pessoal, após ter ficado doente durante um mês, sem trabalhar?
FL - Foi mostrar quem sou e as lições que a vida me ensinou. Os pensamentos e as histórias que partilho são reais. São histórias de pessoas que conheci, tanto na minha vida pessoal, como no programa. E penso que as pessoas que me leem procuram isso. O livro não pretende dar lições a ninguém. Mas dá vida, dá normalidade às situações que aborda. Talvez seja por isso que esteja a ter um feedback tão positivo.

RS - De facto, a sua escrita ​fala muito de emoções: a importância de seguir os sonhos, a busca da felicidade, o amor, as relações entre mãe e filhos… 
FL - Porque sou assim, sou uma pessoa que vive as emoções. É esse o meu caminho. Sou muito sensível ao que se passa à minha volta e com os outros. Basta-me ouvir meia dúzia de palavras e ver quatro gestos para perceber o que se passa do lado de lá.
 
RS - E a partir daqui, quais são os planos para o futuro?
FL - Não faço planos. Procuro viver o dia-a-dia o melhor possível. Quem cuida bem do seu dia-a-dia, terá um futuro risonho. Quem vive com os olhos lá à frente, descuida o hoje e, portanto, não vai viver bem com certeza.

RS - Mas as próximas férias já estão planeadas… 
FL - Ainda não sei para onde vou, mas de certeza que grande parte das férias vão ser em Portugal. Logo vejo se para o Norte ou para o Sul. Nunca passo férias no mesmo sítio porque gosto de dar a oportunidade aos meus filhos de conhecerem lugares diferentes, para que cresçam com a noção da riqueza do nosso país.