O mundo digital está inundado de blogues, bloggers e influencers. Mas, no que toca a informação científica, é importante distinguir o trigo do joio.
É isso que propõe a nutricionista Ana Ribeiro, que, há dez anos, criou o blogue “A Nitricionista”. E se, no início, a intenção era apenas colmatar a falta de informação especializada na área da nutrição, hoje o projecto tem uma escala muito mais alargada. O segredo? Adaptar o discurso a quem o lê. «Comunicar ciência não é fácil, mas é importante transformá-la em algo que os clientes possam perceber», explica.
A consultora financeira Bárbara Barroso, dona do blogue “Dicas da Bá”, vai mais longe: «Eu uso como referência a minha avó, que tem quase 90 anos e a primeira classe». Em tom de brincadeira, dá um exemplo prático: «Estou com dores de cabeça. Alguém tem ácido acetilsalicílico?». A audiência, composta maioritariamente por profissionais de farmácia, ri-se. É que, traduzindo o termo técnico para linguagem corrente, qualquer pessoa passa a perceber que falamos da conhecida aspirina.
Os chats das redes sociais podem ser uma ferramenta de comunicação com o utente, mas Bárbara Barroso deixa um conselho: «A vossa página tem de ter um rosto. Os farmacêuticos apanham as pessoas em momentos de fragilidade e ninguém quer falar com um robot quando se sente frágil», afirma a blogger.
Daniela Domingos, coordenadora de conteúdos digitais na agência Keep it Real, partilha um manual de boas práticas para o digital, com dicas úteis para o dia-a-dia. «Porque não reunir as dúvidas que mais vos colocam na farmácia e responder também online?», sugere. E explica que a farmácia pode levar o utente para o digital e vice-versa. «As farmácias têm de se adaptar à mudança», cativando um consumidor a cada dia mais informado e exigente.
A sessão paralela “Bloggers e Saúde” decorreu no Centro de Congressos de Lisboa, no âmbito do 13.º Congresso das Farmácias.
