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5 outubro 2018
Texto de Irina Fernandes Texto de Irina Fernandes Fotografia de Anabela Trindade Fotografia de Anabela Trindade

Boa viagem

​​Conselhos para andar de carro com crianças.

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​«Traz a outra cadeira, pai!», exclama Miguel, de cinco anos. Concentrado a instalar a cadeira do filho mais velho no carro do cunhado, Luís Furtado responde: «Sim, o pai sabe que ainda falta pormos a cadeirinha do mano». 

É hora do passeio e, por isso, hora de cuidados redobrados. «A logística das cadeirinhas é sempre complicada, mas tem de ser», diz o farmacêutico. Em distâncias curtas ou longas, Luís e Zara nunca vacilam. As normas de segurança rodoviária infantil são «para cumprir sempre».

Miguel e Dinis, de 17 meses, viajavam de costas para a estrada. «Neste momento, o Miguel já usa a cadeira virada no sentido da marcha, pois tem cinco anos. O Dinis ainda não, colocamo-lo no sentido inverso à marcha, seguindo as normas de segurança», conta Luís.

Viajar no sentido oposto ao da marcha do automóvel é, de acordo com estudos internacionais, a posição que mais protege um bebé e/ou criança, sublinha Sandra Nascimento, presidente da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI). «Quando a criança vai de costas, a probabilidade de ocorrência de lesões e traumatismos cranianos diminui». ​

 

 

Os músculos do pescoço são imaturos para suportar o peso e tamanho da cabeça, em particular numa situação de travagem ou acidente. «Quando a criança vai de costas, a cabeça e o pescoço ficam apoiados uniformemente pelas costas da cadeira».

Em caso de acidente ou colisão, as forças «estão mais focadas na cadeira e menos na criança, sobretudo no pescoço».

Conscientes destes riscos, na hora de comprar uma cadeira para transportar o filho Rodrigo, de um ano e dois meses, Ana Sanches e Diogo Onofre tiveram como prioridade «garantir que fazia rear facing (contra o sentido da marcha) e que era umaopção segura em testes internacionais».

A taxa de eficácia de uma cadeira «ronda 70 por cento. Em cadeirinhas que ficam viradas de costas aumenta para 90 ou 95 por cento», afirma a responsável da APSI.

Só no período de 2012 a 2016, 6.548 crianças foram internadas em Portugal na sequência de acidentes rodoviários.​

 

O que é, afinal, uma cadeira de transporte em automóvel segura? «É aquela que, antes de tudo, se adapta à criança e ao automóvel. Adaptada à idade, peso e altura da criança e utilizada todos os dias independentemente da velocidade e distância», descreve Sandra Nascimento.

No que respeita aos sistemas de fixação de cadeiras, o sistema ISOFIX, que prende os assentos directamente ao chassis do automóvel, é identificado internacionalmente como o mais seguro.

«Uma família que tenha veículo com ISOFIX deverá optar pela fixação com esse sistema». O risco de instalar a cadeira incorrectamente é mais reduzido quando comparado com a utilização do cinto de segurança do automóvel.

O ovo (cadeira babycoque) exige verificação regular das normas de instalação, porque é posto e retirado do carro quase todos os dias. «A folga dos cintos internos não deve exceder um dedo, ao nível do ombro», esclarece a presidente da APSI.​


Na estrada, de noite ou de dia, os pais devem conduzir com segurança, tendo presente a ideia de que viajar com um bebé ou uma criança exige aceitação. «O bebé precisa de mais tempo do que um adulto e, por isso, as viagens vão ser feitas a outro ritmo». Parar o carro, sempre em lugar seguro, será muitas vezes a melhor solução. «O bebé pode estar com sede ou fome e isso não se resolve com cantorias. Aí, os pais têm de parar o carro e avaliar o que é que o bebé precisa. E a situação acabará por resolver-se», adverte a presidente da APSI.

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Como colocar o cinto na cadeirinha do bebé

No caso do automóvel apenas dispor de sistema de fixação com cinto de segurança, as cadeiras de transporte de criança apresentam um diagrama explicativo de colocação. Por sua vez, o ovo dispõe de uma sinalização de pontos a azul. «Porque os sistemas de instalação mudam de marca para marca, é importante confirmar os diagramas do fabricante e as marcações azuis», recomenda Sandra Nascimento.


 

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