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28 junho 2019
Texto de Marta Xavier Cuntim (psicóloga) Texto de Marta Xavier Cuntim (psicóloga)

As primeiras férias sozinhos

​​​​​​​​Ajude os seus filhos a bater asas.

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​As primeiras férias de adolescentes fora de casa podem ser assustadoras para os pais, mas com honestidade e uma boa transmissão de valores, os seus filhos estão ​mais do que preparados para enfrentar bem esta nova etapa.

Passar férias com amigos é saudável para o crescimento dos adolescentes. Uma temporada longe dos pais e da família faz com que regressem a casa mais conscientes dos seus actos. Numa sociedade em que os filhos saem cada vez mais tarde de casa dos pais, estas férias revelam-se essenciais para aprenderem a cuidar de si próprios. É uma oportunidade fundamental para promover a autonomia e até para melhorar a relação com os pais.

Aspectos a ter em conta:
  • Combine uma hora para falarem todos os dias. Além de lhes dar alguma tranquilidade, o contacto permite ao seu filho voltar à realidade sempre que falam

  • ​Com jovens e adolescentes é importante falar de temas sensíveis, nomeadamente doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescência e consumo de drogas. Quanto  mais informados estiverem, mais facilmente tomam a decisão certa se confrontados com uma situação destas

  • Tenha curiosidade em conhecer os amigos dos seus filhos. Chame-os a sua casa e ajude-os a planear as férias. Assim saberá por onde é que eles andam

  • Se o seu filho for para o estrangeiro, tente apoiá-lo em alguns aspectos como um seguro de saúde, contactos de emergência, onde se poderão dirigir em ​situação de perigo. ​Tenha o seu telemóvel sempre ligado, para o caso de haver alguma emergência. Assim ele sabe que pode contar consigo

À medida que vão ficando mais velhos (16-18 anos), e como forma de preparação para a eventual entrada na universidade, é fundamental educá-los para serem responsáveis, terem horários e cumpri-los, saberem fazer uma boa gestão do dinheiro e, acima de tudo, serem verdadeiros e honestos com os pais.

As primeiras férias longe dos pais podem começar em tenra idade. Desde pequenos podem passar alguns dias longe dos pais, com os avós ou tios, por exemplo. Na educação há dois valores a ter em consideração: pertença e individualização. O sentimento de pertença é criado através da vinculação entre pais e filhos. É este vínculo que permite a transmissão de valores e regras, e nos faz regressar aos nossos. Por outro lado, a individualização vai-se desenvolvendo com o passar do tempo e à medida que a criança se transforma em adolescente, através do desenvolvimento da sua própria personalidade. São estes dois valores em conjunto que dão estabilidade à criança para poder passar uns dias fora de casa dos pais, sabendo que eles estão lá para os receber no regresso. Permite à criança explorar o mundo além dos pais e da sua casa.

Os pais devem potenciar experiências aos filhos, dar-lhes a oportunidade de desenvolver estes valores desde cedo, para que sejam um dado adquirido quando forem mais velhos. Embora não seja transversal a todas as crianças, pode-se afirmar que entre os três e os quatro anos podem manifestar interesse em dormir em casa dos avós ou dos tios; entre os cinco e os seis anos começam a falar em festas do pijama; entre os sete e os oito anos já podem querer trazer amigos para dormir com eles ou ficar em casa dos amigos.

Nesta fase, pode ser interessante o seu filho ir passar uns dias fora com os pais de um amigo ou com os avós na aldeia. Sabendo que há um adulto por perto, pode estar atento ao que se passa. É uma fase de transição e adaptação para ambos. Os pais ficam mais calmos e dão autonomia aos filhos, e os filhos têm um adulto por perto que os ajuda com as rotinas, refeições e cuidados.

Cada criança é uma criança e isto é válido para os adolescentes também. O mais importante é conhecer o seu filho e perceber se está confortável para passar tempo fora de casa.
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