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4 janeiro 2019
Texto de Sandra Costa Texto de Sandra Costa Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

«As mãos e os pés» de quem precisa

​​​Todos os tipos de deficiência beneficiam com a assistência pessoal.

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​A assistência pessoal é um conceito novo em Portugal. Pressupõe a contratação para apoiar pessoas com deficiência naquilo que não conseguem fazer. É um apoio transversal a todos os tipos de deficiência. Uma pessoa com deficiência intelectual pode precisar de apoio na gestão diária, como ir às compras ou fazer trocos. Um invisual pode precisar de ajuda a escolher a roupa ou a organizar a casa. Um deficiente auditivo pode necessitar de ajuda ao nível da interpretação.

Diana Santos beneficia deste apoio desde 2016, ao abrigo do projecto-piloto Vida Independente, da Câmara Municipal de Lisboa. Este apoio e a casa adaptada onde vive mudaram a sua realidade. «Hoje tenho a vida que quero e escolho», afirma.

A abertura de concursos financiados pelo Estado vai permitir estender a assistência pessoal a todo o país. Os assistentes pessoais não podem ser os cuidadores habituais da pessoa com deficiência, normalmente os pais. Diana Santos concorda: «Temos de experimentar outras coisas, para percebermos como nos sentimos melhor. Ter autonomia, enfrentar o mundo com os nossos olhos, sem retaguarda. Só assim temos consciência de quem somos e do nosso potencial. Não se deve ter medo de arriscar».

Esta nova autonomia da pessoa com deficiência vai possibilitar um novo tipo de relacionamento com os pais ou cuidadores. «Podemos amar-nos como uma família e não como cuidadores/pessoa cuidada, e isso é fundamental para as relações serem saudáveis. Como é que eu vou pedir à minha mãe para me vestir uma lingerie sexy, por exemplo, anunciando que vou ter uma relação sexual? Não é bom para uma nem para outra, por muito bonita que seja a relação», diz. 

Na opinião de Diana Santos, «a assistência pessoal é a base da vida independente». Assegurar boas acessibilidades nos espaços e transportes públicos, políticas de protecção no emprego e de educação inclusiva, e garantir, em tempo útil, ajudas adequadas às necessidades, são factores essenciais para uma vida autónoma. «O mais autónoma possível».​