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14 setembro 2018
Texto de Carlos Enes e Sónia Balasteiro Texto de Carlos Enes e Sónia Balasteiro

Antecipámo-nos!

​​​​​​​​​Farmácias enviam ao médico portugueses em risco de diabetes.

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​As farmácias referenciaram para o médico e família 4.577 portugueses em risco de diabetes, no âmbito do Desafio Gulbenkian “NÃO à Diabetes!”, que decorreu de 14 de Novembro de 2017 a 1 de Maio. Esta acção permitiu detectar 190 diabéticos que não estavam diagnosticados, assim como consciencializar os outros para o risco de virem a sofrer da doença e a necessidade de melhorarem estilos de vida.

Jorge Soares, director do programa Gulbenkian Inovar em Saúde, elogia «a colaboração excepcional das farmácias para identificar os utentes, fazer-lhes o teste e encaminhá-los para os centros de saúde».


Jorge Soares, director do programa Gulbenkian Inovar em Saúde, agradece «a colaboração excepcional das farmácias»

A Fundação Calouste Gulbenkian lançou o desafio. Ao todo, 64 câmaras municipais aderiram, divulgando o programa e incentivando os munícipes a avaliar o risco de diabetes numa farmácia. Isto levou 8.122 portugueses a responderem a um questionário sobre factores de risco, em 383 farmácias.
Em função dos resultados, 4.577 utentes foram encaminhados para o seu médico de família. Primeiro dado que importa reter: 56% da população avaliada tem risco mais ou menos elevado de desenvolver a doença. Realizaram-se 2.007 consultas, o que corresponde a 44% da população referenciada. Segundo dado relevante: 190 novos diagnósticos de diabetes, ou seja, 9,5% da população consultada pelo médico já era portadora da doença, sem disso ter consciência.


Com este programa, mais de 4.000 portugueses foram alertados para o risco de desenvolverem diabetes e incentivados a abandonar comportamentos de risco, assim como a melhorar o estilo de vida. Jorge Soares destaca a importância da «educação das pessoas para o futuro, com foco nos centros de saúde».

O diagnóstico precoce da diabetes é fundamental para prevenir lesões e complicações associadas, entre as quais enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral, retinopatia e insuficiência renal crónica. Mais de um milhão de portugueses são diabéticos, devidamente diagnosticados, segundo o último relatório do Observatório Nacional da Diabetes. Mas, de acordo com a mesma fonte, na realidade o número de portugueses diabéticos ou com hiperglicemia intermédia ascende a 3,1 milhões.

A diabetes não diagnosticada tem uma dimensão assustadora em Portugal, o que torna urgente o rastreio alargado da população. «Em qualquer contacto com a comunidade de saúde deve ser avaliado o risco de contrair a doença. Como parte dos cuidados primários, as farmácias são essenciais para isso», considera Adelaide Figueiredo, médica no Centro de Diabetologia do Hospital Distrital de Santarém.